terça-feira, abril 29, 2008

Uvas sem grainhas
Por que será que hoje em dia há uma tendência generalizada para o facilitismo que até já chegámos ao ponto de ter uvas sem grainhas?
As adversidades, as dificuldades e os desafios fazem parte da vida - têm de fazer parte da vida - para darmos valor ao que é realmente importante, para sermos pessoas com mais carácter.
Como diz o jornalista Pedro Pinto na edição do jornal Metro - vida de pobre é assim, quem anda de transportes públicos não precisa de gastar dinheiro em jornais diários - os jovens de hoje são uma "Geração Amorfa: nada lhes interessa ou os entusiasma, nada os cativa para além do prazer imediato do telemóvel, da próxima saída ou da nova roupa. (...) Estão habituados a ter tudo e a lutar por muito pouco."
E o resultado? Uvas sem grainhas, o mesmo é dizer, pessoas sem substância...
A vida é uma luta constante, pois há imensos adversários, a começar por nós próprios. Nós somos os piores e os melhores adversários que podemos ter. Não devemos enjeitar esta condição, sob pena de nos tornarmos numa Humanidade Amorfa.

segunda-feira, abril 28, 2008

O Sexo Forte
Não, não quero plagiar nenhum programa de rádio matinal. Quero apenas desmitificar um velho equívoco que anda na cabeça das pessoas há alguns anos e que já é tempo de alguém pôr as coisas em pratos limpos (adoro esta expressão!).
Neste fim de semana prolongado, fui com uma amiga minha à praia e um dos nossos temas de conversa foi precisamente o do sexo forte.
É comummente aceite que o homem é o sexo forte. Nada mais errado! E atenção, não digo isto por ser mulher, mas sim porque há factos que comprovam a falsidade desse conceito. Senão, vejamos.
A mulher tem maior capacidade de suportar a dor física do que o homem. Isto é simples de explicar. A mulher é que dá à luz, portanto os mecanismos para suportar a dor física estão mais desenvolvidos. Pelo mesmo motivo - a maternidade - as mulheres têm maior força relativa (sublinho o "relativa") nas pernas do que os homens.
Quanto à "dor" psicológica ou emocional, ao contrário do que se costuma pensar, a mulher também tem mais resistência. O facto de os homens não demonstrarem tanto as emoções, que se deve em parte, é certo, à educação que recebem, não quer dizer que eles consigam lidar melhor com situações difíceis do ponto de vista emocional. Os homens têm muita dificuldade em lidar com a solidão, por exemplo.
A mulher consegue realizar eficazmente várias tarefas ao mesmo tempo, ao passo que os homens têm tendência para se focalizarem apenas numa tarefa.
A mulher identifica de forma rápida e inequívoca os diferentes estados emocionais das pessoas só de olhar para elas. E mais. A área do cérebro que utiliza para o fazer é muito menor do que a utilizada pelo homem.
Mas isto são meros dados científicos, e é claro que os homens também terão capacidades diferentes das nossas!
Porém...
Sejamos sinceras: uma mulher, se quiser, pode fazer gato sapato de um homem. Enquanto os homens estão a ir, já nós fomos e voltámos e tornámos a ir e a voltar. Chamem-lhe intuição feminina ou o que quiserem, mas a verdade é que nós estamos sempre um passo à frente, talvez por atingirmos a maturidade mais cedo?!?
E, meus amigos, acreditem que uma mulher sabe quando vocês andam a mijar fora do penico (também gosto desta expressão prosaica). Ela pode é fingir que não sabe ou preferir ignorar. As razões desse fingimento ou dessa "ignorância", só ela as saberá.
Bem, e não é só nesse campo que as mulheres fingem...
Por falar nisso... Esta minha amiga que foi comigo à praia comprou um vibrador. Sobre a sua nova e surpreendente aquisição, disse-me o seguinte, e passo a citar: "Caro, mas ao menos não tem homem agarrado".
Desde já quero lançar um repto à população masculina heterossexual (que é cada vez mais rara, diga-se de passagem): não se deixem ultrapassar pelos vibradores (e olhem que os há cada vez mais sofisticados). Lutem pelas vossas mulheres, porque elas gostam de vocês na mesma, apesar de elas serem nítida e inequivocamente o sexo mais forte.

terça-feira, abril 15, 2008

"Qualquer um vê que tem uma personalidade excitante [tenho?!?], muito volátil [o título deste blog confirma-o] e bastante impulsiva [acho que já fui mais, a idade vai-nos ensinando umas coisas, ou talvez não]. Resumindo, é uma líder natural [na faculdade chamavam-me revolucionária], a quem é fácil tomar decisões rápidas [praia, praia ou praia? Praia], ainda que nem sempre, as mais correctas [isso é questionável]. Tem um espírito ousado e aventureiro [depende dos dias], experimenta tudo pelo menos uma vez na vida [nem tudo, convenhamos], arrisca e vive grandes aventuras [sim, é uma aventura andar de transportes públicos em Portugal]. Os amigos gostam da sua companhia devido à contagiante boa disposição [isso terão de ser eles a confirmar]."
Resultado de um daqueles testes das revistas, neste caso de uma edição online, sobre o meu envolvimento social...

quinta-feira, abril 03, 2008

Há coisas neste mundo que me irritam e outras que me revoltam, mas quem lê habitualmente este blog já sabe que assim é!
Coisas que me revoltam:
Hoje ouvi na rádio que os processos de adopção vão passar a ter uma taxa de 576 euros. Ora, se já é difícil adoptar uma criança neste país por todos os motivos e mais alguns (é um processo longo, burocrático e quase irrealizável), os nossos fantásticos e inteligentes governantes, em vez de facilitarem a adopção, parecem querer pôr um fim definitivo à mesma.
Normalmente, não são as famílias ricas que adoptam crianças em Portugal. Por dois motivos: ou porque gastam rios de dinheiro em tratamentos de infertilidade ou porque é mais fashion ir a um país asiático ou a um país africano adoptar uma criança como a Madonna e a Angelina Jolie fizeram.
Eu espero que haja o bom senso de não ser cobrada esta taxa, até porque os governantes estão a ver as coisas de modo errado. Quanto mais crianças foram adoptadas, menos encargos terá o Estado.
Coisas que me irritam:
Definitivamente, os portugueses não sabem andar de transportes públicos! Será que é assim tão difícil? Tal como os taxistas tiveram de tirar um curso para exercer a sua actividade, talvez fosse boa ideia dar uns cursos de formação à população em geral no que diz respeito ao uso dos meios de transporte quer rodoviários, quer ferroviários, quer fluviais, que são os que conheço melhor.
Tópicos do curso:
1º - deve respeitar uma fila de pessoas, em vez de se armar em esperto e passar à frente dos outros ou “pôr-se em cima” deles (isto não se aplica só às filas para apanhar o autocarro, aplica-se também às filas do hipermercado, do café, do multibanco, da farmácia, etc, etc, etc); 2º - nas escadas rolantes, deve colocar-se à direita, deixando a esquerda livre para quem quiser passar; 3º - no metro, deve colocar-se na lateral das portas quando o comboio chega para deixar os outros passageiros sairem convenientemente e só depois entrar; 4º - no autocarro, assim que entrar dirija-se imediatamente para uma cadeira ou, caso não haja lugar ou prefira ficar de pé, dirija-se sempre para a parte de trás do autocarro e não fique a bloquear a entrada; 5º - no eléctrico, evite colocar-se nas zonas onde se validam os bilhetes ou nas zonas onde se carrega no stop; 6º - no barco, não se coloque em cima das pessoas que estão preparadas para sair (e se for crente, reze para que não haja uma tempestade ou o barco vá ao fundo); 7º - em qualquer um destes meios de transporte, deverá: tomar banho e pôr desodorizante antes de sair de casa; colocar a mão à frente da boca se tossir ou à frente do nariz se espirrar; abester-se de dirigir comentários impróprios aos outros passageiros.

terça-feira, abril 01, 2008

Selfish Post
Faz hoje dois anos que estou a viver sozinha (ou "comigo mesma", como costumo dizer quando me perguntam "moras com quem?"). E não, não é nenhuma mentira do dia 1 de Abril, é mesmo verdade.
Não deixa de ser interessante a experiência de viver sozinho. Não é para toda a gente, porque é uma prova de resistência diária - resistência à solidão -, é uma luta constante do eu com o eu - umas vezes tenho paciência para me aturar, outras nem por isso -, mas é também uma descoberta de mim própria - como eu sou, com os meus defeitos e algumas qualidades - e isso é algo muito importante. Há pessoas que passam pela vida e nunca se chegam a conhecer a si próprias, porque vivem de, para, com, em suma, em função dos outros.
Acho que já descobri mais sobre mim nestes 24 meses do que em vários anos da minha vida. É claro que o facto de estar a ficar mais velha também ajuda - ajuda-me(nos) a ter uma maior consciência das coisas e a ver o que me(nos) rodeia, e quem me(nos) rodeia, de outra perspectiva e com outra clareza. Como diria o Padre António Vieira numa breve mas clarividente passagem:
“Uma das potências da alma é o entendimento, o qual nunca aumenta e cresce, senão quando já desfalece o corpo; amostra desta verdade é a experiência, pois nunca os homens se vêem mais avultados no entendimento, senão quando muito crescidos nos anos, e para se aumentar aquela potência da alma, parece que com os muitos anos necessariamente se hão-de desfazer as forças do corpo.”
Acho que a (nossa) vida só faz (algum) sentido, se o entendimento aumentar e crescer, não só em quantidade, mas também em qualidade. Só assim poderemos evoluir e tornarmo-nos melhores seres. Ao tornarmo-nos melhores, o mundo será por consequência melhor, e essa devia ser a missão de todo o ser humano, sobretudo dos crentes (sim, dos crentes, leram bem) que, ao contrário dos não crentes, não fazem as coisas sem um interesse ulterior. A eles, dirijo estas palavras sábias do Padre António Vieira:
“O amor fino não busca causa nem fruto.” “Quem ama porque o amam, é agradecido; quem ama para que o amem, é interesseiro; quem ama, não porque o amam, nem para que o amem, esse só é fino.”

Acerca de mim

A minha foto
Things that I love: friendship, kindness, devotion, learn new things, meet new people, a nice conversation, a good laugh, a cup of ginger tea, feel the sun in my face, contemplate the sea. Things that inspire me: people and their achievements*, quotes that bring light into my life*, music, poetry, new beginnings. *including mine