sexta-feira, setembro 21, 2007

A propósito de um artigo publicado numa revista semanal sobre a geração dos trinta
Sim, também pertenço a esta geração e com muito orgulho, apesar de todas as adversidades que possam daí advir… É certo que sofremos do síndroma da instabilidade profissional e quanto a mim é inadmissível uma pessoa ter andado tantos anos a estudar, a investir na sua formação e não conseguir trabalho ou ter trabalhos precários e mal pagos. Mas por outro lado, temos uma mobilidade que, por força das circunstâncias, acaba por ser benéfica… Eu pelo menos não seria capaz de passar trinta ou quarenta anos da minha vida a ir para o mesmo sítio todos os dias, ver sempre as mesmas caras e fazer sempre a mesma coisa!
Também é certo que saímos cada vez mais tarde de casa dos nossos pais, mas a vida também é diferente… A minha mãe teve-me aos vinte e dois anos, idade com que eu estava a terminar a Licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas, variante de Estudos Portugueses (sim, também pertenço ao vastíssimo grupo de pessoas que não conseguiu seguir a carreira docente). E ainda ao invés do exemplo materno, que se casou aos vinte anos, eu ainda não sou casada e há cerca de ano e meio tomei a decisão de viver sozinha. Aliás, é cada vez mais comum haver pessoas da minha idade a viverem sozinhas, homens e mulheres que precisam de ter um tempo para se descobrirem a si próprios enquanto ser humanos livres e autónomos, antes de se lançarem na aventura de constituir família e ter filhos, aventura essa que obriga a grandes despesas que os tais “trabalhos precários e mal pagos” não permitem!
É ainda certo que somos das gerações mais preocupadas com as questões ambientais e ecológicas, fazemos a reciclagem (se não fazem, comecem já hoje, se faz favor) e somos ávidos consumidores de actividades culturais e artísticas: espectáculos de dança, música, teatro, exposições, instalações, performances, festivais de cinema, vídeo, multimédia, sets de dj’s e vj’s, hoje a oferta também é grande e variada. Só é pena que os bilhetes a cinco euros sejam só para jovens até aos trinta anos!
Voltando à minha ideia inicial… Sim, pertenço à geração dos trinta e com muito orgulho! Somos pessoas fortes, dinâmicas, determinadas e lutamos against all odds (curiosamente uma música dos anos 80, se bem se lembram, cantada pelo Phill Collins).
Patrícia Torres, 30 anos

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Things that I love: friendship, kindness, devotion, learn new things, meet new people, a nice conversation, a good laugh, a cup of ginger tea, feel the sun in my face, contemplate the sea. Things that inspire me: people and their achievements*, quotes that bring light into my life*, music, poetry, new beginnings. *including mine