terça-feira, outubro 30, 2007

Mundo de contrastes
Este em que vivemos, onde há lugares (Gana) com escravatura infantil, em pleno século XXI, e, ao mesmo tempo, onde há outros lugares que comercializam cremes de rosto a preços, no mínimo, exurbitantes (Sensai Premier – The Cream [Kanebo International] 660 €, 40 ml)!
[Dá que pensar...]
No entanto, são necessários apenas 1.000 € para alimentar uma criança durante 1 ano nos orfanatos que as organizações não-governamentais, contra tudo e contra todos, conseguem erigir em zonas do planeta pobres e desumanas em todos os sentidos.
[Dá que pensar...]
Por isso, basta não comprar um pote de creme no valor de 660€ e poupar mais uns trocados (340 €) e já se pode contribuir com os tais 1000€... Isso é que era uma prenda de Natal original, não acham?

sexta-feira, outubro 26, 2007

No seguimento do "post" anterior...
Há uma coisa que sempre me intrigou: por que é que o ser humano tem necessidade constante de se evidenciar?
Se repararmos bem, a maior parte das pessoas está sempre a tentar evidenciar-se de alguma forma: ou pelo aspecto físico, ou pelo dinheiro que tem, ou pelas pessoas "importantes" que conhece, ou pela quantidade de livros que já leu ou escreveu, ou porque o filho nasceu com não sei quantos quilos e é lindo, enfim a lista é imensa, eu ficava aqui a noite toda...
Será que custa muito encarar a vida de forma natural e não fazer um grande alarido da mais ínfima coisa e estar sempre a mostrar aos outros "que se é isto ou aquilo", "eu faço e aconteço"...
Anda para aí muita gente iludida, por exemplo, gente loira que toca em bandas de covers e que se acha "muita bom" (esta é uma private, só um amigo meu é que vai entender, espero).
Acreditem que as pessoas que mais contribuíram para feitos importantes na história da humanidade eram discretas, simples e não andavam a apregoar aos 4 ventos o que faziam...
Ainda agora nos prémios Nobel, tirando o Al Gore, alguém já tinha ouvido falar daquelas pessoas?
Os inúteis deviam ser banidos da face da Terra?
Hoje recebi (mais) uma sms de uma amiga minha a dizer que o filho já tinha nascido, tendo o cuidado de indicar a hora e o peso do rebento.
A menos que eu queira enveredar pela carreira astrológica ou pela carreira nutricional, o que me interessa saber a hora e o peso do filho da minha amiga?
Além disso, este tipo de sms deixa-me sempre um tanto ou quanto deprimida, por dois motivos, a saber: as pessoas podem não se lembrar dos amigos o resto do ano inteiro, nem sequer lhes mandar uma sms a perguntar "Como estás, o que tens feito?" ou a dar os parabéns no dia de aniversário (10 de Agosto, não se esqueçam!), mas há duas situações em que nos mandam sms de certeza absoluta: quando se casam e quando têm filhos. Será que as pessoas não percebem que esses momentos são muito felizes, sem dúvida, (e é claro que eu fico feliz pelos amigos), mas são felizes apenas para eles? Eu também ficarei entusiasmada quando um filho meu nascer (se é que isso alguma vez irá acontecer), mas não vou desatar a mandar sms a toda a gente a dizer a que horas ele nasceu, o peso e que ele é lindo (por acaso gostava de "ouvir" alguém dizer "Epá, o meu filho é horrível, muita feio mesmo, não sei a quem é que ele sai"...
O outro motivo pelo qual fico deprimida é que este tipo de sms "lembra-me" que tenho 30 anos o que me leva a colocar a seguinte questão: o que é que eu fiz da minha vida até agora? Nada de significativo, nem para mim, nem para a humanidade. Ou seja, basicamente ando aqui há 30 anos a consumir os recursos do planeta Terra e o que é que eu lhe dei em troca? Zero, nada, niente, nothing, rien de rien... Não plantei nenhuma árvore, não escrevi nenhum livro e não tive nenhum filho (nem sequer tenho namorado, quanto mais)!
Falhada é o que eu sou, falhei completamente enquanto ser humano!
Pergunto-me se ainda haverá recuperação possível para o meu caso... Enquanto penso nisso, nada mais adequado do que ouvir a música "To Wish Impossible Things" do álbum Wish dos The Cure.

terça-feira, outubro 02, 2007

O mundo não é das minorias
Definitivamente. Vejam-se estes dois exemplos simples: nos supermercados, só há promoções para levarmos produtos em quantidades industriais (o que para uma pessoa sozinha é inútil); as pessoas solteiras e os homossexuais (os segundos não podendo casarem-se, segundo a lei em vigor) pagam tanto de impostos como um casal heterossexual, and so on...
Pedindo desde já perdão às restantes minorias, vou dedicar estas breves linhas a uma minoria em particular: a minoria à qual pertenço que é a dos solteiros com trinta anos, sem filhos e "sem nada de importante para fazer na vida". Como tal, temos a "obrigação" de levar com as conversas dos casados, com ou sem filhos, que, basicamente, são sobre eles, os sogros e os filhos, quando os há ("já diz muitas palavras para a idade", "já aprendeu a usar o bacio", etc). Para estas pessoas, o mundo gira em torno delas, e quando (se) nos perguntam se estamos bem, o que andamos a fazer (e pouco mais do que isso) têm o cuidado de nos dar não mais de cinco minutos para responder, não vá o/a infeliz começar a falar muito da sua vida social activa que eles deixaram de ter, em quantidade e em qualidade...
Peço desculpa se não tenho histórias fascinantes e hilariantes de sogras e de fraldas para contar! Tenho outras... Mas duvido que haja alguém interessado em escutá-las.

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Things that I love: friendship, kindness, devotion, learn new things, meet new people, a nice conversation, a good laugh, a cup of ginger tea, feel the sun in my face, contemplate the sea. Things that inspire me: people and their achievements*, quotes that bring light into my life*, music, poetry, new beginnings. *including mine