sábado, junho 28, 2008

"A educação é a arma mais poderosa que podemos usar para mudar o mundo"
Nelson Mandela
Não posso estar mais de acordo com esta afirmação do carismático Nelson Mandela. Para mim, a educação torna as pessoas melhores seres, porque nos torna mais tolerantes, mais conscientes, mais solidários com o sofrimento humano e menos egoístas, menos arrogantes, menos passivos. Para outros, será a religião, isto é, a crença numa entidade superior divina, que desempenhará esta função, mas nós temos variadíssimos exemplos na história da humanidade em como a religião, levada aos pontos do fanatismo, pode tansformar seres humanos em monstros desumanos e em nome de um deus, seja ele qual for, serem praticadas verdadeiras carnificinas. Além de que não vejo as pessoas que vão à missa serem melhores do que eu, muito pelo contrário...
Quanto à educação - e perdoem-me se vou puxar a brasa à minha sardinha - que nos permite ser "melhores seres" é, inequivocamente, a educação humanística. Já viram alguém tornar-se mais humano por ser um génio da matemática? No entanto, a maior parte das pessoas que tiveram uma educação baseada nas letras tem uma sensibilidade diferente e contribui de alguma forma para a evolução da humanidade, que não se verifica apenas no plano técnico ou tecnológico, mas também no plano mental.

A arte em geral e a cultura humanística em particular são, a meu ver, os dois eixos fundamentais em que deveria assentar a educação do ser humano, desde tenra idade. Não podemos apenas desenvolver o raciocínio lógico e tornarmo-nos seres frios, calculistas e materialistas...

É evidente que há um outro tipo de educação que é muito importante na formação de um ser humano... A educação que recebemos em casa, dos nossos pais, dos nossos avós, enfim, dos nossos familiares. Mas, neste caso, é uma questão de sorte, pois nunca sabemos o que nos vai calhar na rifa... Porém, a educação é algo demasiado sério para deixar ao acaso. Há que investir de forma contundente em políticas educativas que contribuam para a formação de adultos responsáveis, conscientes das implicações que cada acção sua pode provocar no mundo, para melhor, ou para pior.

quarta-feira, junho 25, 2008

Chegou o Verão...
... E com ele vem o calor, os dias longos, as noites quentes, o sol, o mar, a praia, enfim, é a minha época do ano favorita, ou não tivesse eu nascido no auge do Verão - no dia 10 de Agosto, para ser mais exacta.
O Verão tem, de facto, muitas virtudes, mas, como tudo na vida, também tem os seus defeitos. Por exemplo, Lisboa enche-se de turistas, o que é muito engraçado quando somos turistas e visitamos outras cidades, mas um bocado irritante quando se vive na cidade que é visitada...
Quem anda de transportes públicos está sujeito a sentir com maior intensidade o odor dos passageiros que não cuidam da higiene pessoal...
Quanto à praia... Bom, por que será que as pessoas têm uma tendência - que eu diria quase inata - pra se porem em cima dos outros, mesmo que haja (montanhas de) espaço? Será que têm medo de sentir sozinhas? Ou será que têm uma veia sádica e gostam de torturar os outros com conversas aos altos berros, com bolas, raquetes e afins?
O típico tuga não vai pra praia apanhar sol - com conta, peso e medida, claro - porque faz bem à saúde e evita constipações. Não! O típico tuga vai pra praia pra jogar futebol e comer (se virem grupos de pessoas com grandes "geleiras", a beber cerveja e a falar alto, embora posssam parecer portugueses, na verdade não o são, são brasileiros). Enquanto eu como salada e fruta para ir o maior número possível de vezes à água e não estar preocupada com digestões pesadas, a maior parte das pessoas come sandes bem recheadas, batatas fritas, bolos, gelados, etc...
Depois esta altura do ano também é pródiga em certas figuras caricatas, como os mânfios, por exemplo. Eu utilizo a expressão "mânfio" para caracterizar o macho latino que se passeia pelas estradas ou pelas ruas deste nosso Portugal continental (não posso falar da Madeira nem dos Açores, porque infelizmente não conheço). Na estrada, identificam-se facilmente pelo uso de carros "desportivos", com os vidros corridos, a música bem alta e os óculos escuros fashion. Na rua, como não têm o carro para exibir as suas proezas na condução, limitam-se a abrir a camisa pra mostrar os peitorais e a mandar uns piropos às raparigas jeitosas que passam...
É claro que não posso deixar de referir dois aspectos essenciais inerentes aos meses de Verão lusitanos... Os bailaricos e os casamentos. É ver o país todo em festa - este ano com a agravante do Euro, que foi sol de pouca dura - ao som da música popular! É ver os inúmeros casamentos que se realizam uns atrás dos outros nas igrejas espalhadas pelo país e ouvir as buzinadelas que dão cabo da paz e do sossego dos hereges... Mas haja alegria, porque com os preços dos combustíveis e da comida a aumentarem, com o desemprego a atingir níveis deveras preocupantes e a vida cada vez mais difícil - pelo menos pra alguns - mais vale celebrar antes que isto piore ainda mais...
Dedico este texto à minha grande amiga, F.! Espero não ter gorado as tuas expectativas, amiga.

sábado, junho 14, 2008

E se Deus for gay?!?
Lisboa é, definitivamente, uma cidade gay. É o Chiado gay, são as lojas gay, é o Bairro Alto gay, são os bares e as discotecas gay, é o eléctrico gay, é o comboio gay, é a praia gay... Houve um programa que foi transmitido na RTP1, há alguns anos, sobre o século XX que se chamava "O Século do Povo". Pois eu digo que se deveria fazer um novo programa, desta feita sobre a primeira década do século XXI e, certamente, já estão a imaginar como se chamaria... "O Século Gay". E tal como foi feita, também há uns largos anos, uma exposição no CCB com o nome "O triunfo do Barroco" deveriam fazer uma nova que se chamaria "O triunfo do Orgulho Gay"!
Bom, e depois destas afirmações polémicas (se bem que o melhor ainda está pra vir, fiquem por aí, não se vão embora, hein?) e antes que as associações de defesa dos gays e lésbicas me caiam em cima (salvo seja), devo dizer que não tenho nada contra os gays nem contra as lésbicas. Já tive (tenho?) amigos gays e eram pessoas fantásticas, para além de que sempre defendi as chamadas "minorias" (não gosto muito desta palavra, parece ter um sentido depreciativo, mas não encontro neste momento outro termo). Acima de tudo sou apologista da liberdade de expressão e de respeitar as diferenças, sejam elas de que origem forem.
Posto isto, devo reforçar que não tenho nada contra a comunidade gay, mas confesso que o facto de estarem por todo o lado me deixa cada vez mais desmotivada na minha (vã?) esperança de encontrar o "príncipe encantado", algures numa das Sete Colinas de Lx...
Acho que vou ter de assumir o meu fracasso enquanto mulher e dedicar-me de corpo e alma ao único homem heterossexual disponível que subsiste... A verdade é que em criança eu tinha a (triste) mania de dizer constantemente que iria para freira e, ao que parece, previ antecipadamente o (meu) destino.
Só há um problema... E se Deus também for gay? Aí é que eu vou ficar em maus lençóis!
Sim, Deus pode muito bem ser gay, ou preto, ou fascista (comunista não é de certeza!), ou outra coisa qualquer. Os homens criam Deus à sua medida, e não o contrário...
A (falta de) iniciativa
Perdoem-me, estimados leitores, porque há alguns dias que não é publicado nenhum texto neste bolg, mas estive a desfrutar (finalmente!!!) de uma semana de férias, com muito sol, muitos banhos de mar, muita fotossíntese...
[You missed me, I know, But I'm back again!]
Começo por um assunto que me tem interpelado o espírito por estes dias e que agora partilho convosco...
Iniciativa = acto de ser o primeiro a pôr em prática uma acção, uma ideia, etc. Isto de se ser o primeiro a dizer ou a fazer alguma coisa neste país não é tarefa fácil; é uma tarefa ingrata, inglória, tudo o que possam imaginar que tenha um "in" antes...
É frequente ouvirmos os portugueses a queixarem-se de alguma coisa (nunca de si próprios, curiosamente, à excepção das maleitas que os afectam) ou a criticarem o que quer que seja (do mais importante ao mais curriqueiro dos motivos). Mas o que é facto é que "cão que ladra não morde" e isso aplica-se-nos plenamente.
Por isso quando surge algum doido(a) - como eu, por exemplo - que tem a (infeliz) ideia de dizer o que toda a gente pensa mas não diz (porque não têm coragem de dizer?, porque têm medo do que os outros vão pensar?), é logo chamado(a) de revolucionário(a) - no meu caso, isso já sucede desde os tempos de faculdade, pelo menos que eu me lembre, talvez até antes...
O que eu sei é que alguém tem de ser o primeiro a tomar a iniciativa e se tiver de ser eu que seja, estou-me a cagar para o que os outros pensam ou deixam de pensar, se os vai incomodar ou não... O problema é que a maior parte dos portugueses não está habituado a que alguém irrompa do marasmo geral e tome uma atitude, e rapidamente apelidam essa "ingerência" de revolucionária... Este termo, que é utilizado para designar tudo aquilo que vai contra o estabelecido, tem uma conotação muito particular na sociedade portuguesa, que já vem desde os tempos pré-25 de Abril e pelos vistos está enraizado na nossa cultura...
Como eu já disse num post anterior, é difícil remar contra a maré - pois, muitas vezes, somos insultados, desrespeitados, incompreendidos - mas vá-se lá saber, é mais forte do que eu (decididamente, tenho uma veia masoquista e devia mas era ir ao psicólogo)...
That's all, folks! (Esta só vão perceber os que tiverem à volta de 30 anos)

Acerca de mim

A minha foto
Things that I love: friendship, kindness, devotion, learn new things, meet new people, a nice conversation, a good laugh, a cup of ginger tea, feel the sun in my face, contemplate the sea. Things that inspire me: people and their achievements*, quotes that bring light into my life*, music, poetry, new beginnings. *including mine