domingo, outubro 22, 2006

"A minha inconstância" é o título deste (meu) blog, fresquinho, acabadinho de ser criado!
Identifico-me muito com a palavra "inconstância", ou melhor, acho que ela define muito bem a minha "pessoa"...
Do latim inconstantia, significa falta de constância (qualidade do que é constante), instabilidade, volubilidade, mutabilidade, leviandade, infidelidade, facilidade em mudar de opinião, de afectos, de processos, versatilidade...
Eu não sou nada constante - hoje interesso-me por uma coisa, amanhã já acho interessante outra (atenção, que não me estou a referir a pessoas) -, sou muito instável em termos de humor e estado de espírito (se bem que às vezes isso também é influenciado por questões hormonais), tenho uma (terrível) tendência para a mudança - não gosto de estar muito tempo a fazer a mesma coisa ou no mesmo sítio (quando as coisas começam a ficar muito "certinhas", ou muito monótonas, soa o alarme do "está na altura de mudar", excepto, mais uma vez, no que se refere a pessoas) -, por vezes, sou leviana, no sentido em que sou precipitada a dizer e/ou a fazer certas coisas, porém, sou muito fiel aos meus princípios e não creio que mude facilmente de opinião (apesar de já ter mudado algumas vezes em relação a certas questões, mas isso faz parte daquela coisa a que se dá o nome de "amadurecimento"), muito menos de afectos (a menos que me façam alguma), mas já no que diz respeito à versatilidade, ó meus amigos, acho que já fiz de tudo um pouco: fiz teatro, já escrevi, em tempos idos, algo que se assemelha a poesia, já trabalhei num bar/esplanada, onde limpava afincadamente os cinzeiros, e num centro comercial numa loja de desporto; pelo meio fiz uma licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas/Variante de Estudos Portugueses na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, supostamente para dar aulas de português, coisa que só realizei efemeramente durante o estágio na Escola EB 2,3 de Marinhais (experiência única e enriquecedora, por bons e por maus motivos); depois dei explicações e aulas de informática a crianças (algumas eram umas pestes) e daí segui para a experiência profissional e pessoal mais desgastante (do ponto de vista físico e psicológico) que espero nunca mais vir a repetir, pois ia arruinando a minha sanidade mental (que já não é muita, diga-se em nome da verdade); entretanto estive envolvida nas actividades de uma associação artística, onde também fiz de tudo um pouco, inclusive uma apresentação artística (poesia e música) na famigerada (no bom sentido) Festa do Avante; em termos desportivos (eu que fui sempre avessa a actividade física), comecei pela natação e acabei na salsa (actividade que pratico actualmente), tendo passado pela musculação, que afinal não é coisa só de e para homens! Aliás, o interesse foi tão grande que me levou a tirar um curso de Instrutor de Fitness Especializado em Musculação e Cardiofitness (só mesmo eu para me meter num curso com 40 e tal marmanjos, muitos deles formados em Educação Física, e no final ter alcançado a 4ª melhor média da turma)... Ah, estava a esquecer-me que no meio disto tudo ainda tirei a famigerada (agora, no mau sentido) carta de condução (no exame de código não falhei nenhuma resposta, o computador nº 10 deu-me sorte lá no barracão da DGV e no exame de condução nem sei como me safei, visto que fui fazê-lo com 39 graus de febre e logo a seguir fiquei de cama com uma broncopneumonia...), que está guardadinha numa gaveta, pois eu gosto mesmo é de andar nos transportes públicos... Não me enervo com as filas de trânsito, apenas com as pessoas que não respeitam a fila do autocarro e que não sabem que não se devem pôr todas à entrada da porta ou que no metro se põem à frente das portas e não deixam ninguém sair e que não percebem que devem deixar o lado esquerdo das escadas rolantes livre para quem quiser passar e que não quer, ou não pode, ir ali naquela molenguice... Já sem falar nas cenas caricatas que se passam nos ditos transportes públicos... Há uma grande amiga minha que tem histórias verdadeiramente hilariantes nesse aspecto... Até já lhe disseram, no metro, que ela tem joanetes (isso é coisa que se diga a alguém?). E eis que cheguei ao momento actual em que estou a trabalhar na edição crítica da Obra Completa de uma figura ímpar da cultura portuguesa do século XX - o Padre Manuel Antunes - trabalho esse que já me proporcionou muitos bons momentos (outros menos bons, sobretudo nas alturas de stress) e que já me permitiu aprender e fazer muitas coisas novas (tal como eu gosto) e conhecer pessoas que não deixam de ser sui generis (expressão latina que significa especial, peculiar)...
Mas o mais importante no meio destas coisas todas que já fiz (para alguns será coisa pouca) e que hei-de continuar a fazer (agora, deu-me na cabeça de ir fazer um curso de Produção e Marketing de Eventos), foram os amigos que fiz até agora...
Não há nada que substitua a amizade (Cícero já falava disso há uns bons anos atrás) ou que se equipare à amizade... Os namorados vão e vêm e tornam a ir (não tive assim tantos, atenção), mas os amigos estão sempre lá para o que der e vier, para o bem e para o mal, na saúde e na doença, etc... E não precisam de ser muitos, basta que sejam bons!
Obrigada a todos os meus amigos (eles sabem quem são) por me acompanharem nesta façanha inconstante que é a vida.

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Things that I love: friendship, kindness, devotion, learn new things, meet new people, a nice conversation, a good laugh, a cup of ginger tea, feel the sun in my face, contemplate the sea. Things that inspire me: people and their achievements*, quotes that bring light into my life*, music, poetry, new beginnings. *including mine